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Publicado em: 28/09/2018 00:00

Agricultura e Meio Ambiente

Bom Retiro do Sul realizou o 1° Encontro de Sementes Crioulas

Com o objetivo de promover o resgate de sementes crioulas, preservar as espécies disponíveis e fortalecer a troca de experiências, a Emater/RS-Ascar, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), a Comissão Pastoral da Terra e a Secretaria Municipal da Agricultura e do Meio Ambiente de Bom Retiro do Sul realizaram na tarde da quarta-feira, 26, o primeiro Encontro de Sementes Crioulas do município. A atividade foi realizada no salão comunitário da localidade de Cruza das Almas e reuniu um público de cerca de 70 pessoas.

Na ocasião houve palestra com o extensionista aposentado da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, que abordou os danos e riscos relacionados aos produtos transgênicos e ao uso discriminado de agrotóxicos e sobre como as grandes indústrias do setor se beneficiam desse modelo de negócio. “Nesse sentido, o trabalho de resgate de sementes crioulas e da manutenção desse tipo de material se apresenta como um grito de resistência a um sistema que anseia em ver o agricultor como um escravo”, analisou.

Melgarejo salientou ainda o fato de que os interessados na venda de agrotóxicos e transgênicos costumam desqualificar os estudos científicos relacionados a eles, fazendo um grande esforço de marketing para a transmissão de uma imagem positiva, moderna e alinhada ao que de mais moderno há em tecnologia. “Sendo que ocorre exatamente o contrário, já que o uso excessivo de herbicidas, inseticidas e fungicidas está diretamente relacionado a um sem fim de doenças que afetam pessoas de todas as idades”, analisa.

A agricultora aposentada Maria Ceni da Costa, da localidade de Pedreira, em Bom Retiro do Sul, é o exemplo vivo do que afirma Melgarejo. Diagnostica com uma severa doença há cerca de 20 anos, resolveu mudar completamente a sua alimentação. No pomar e na horta em que estão dispostas mais de 200 variedades vegetais são utilizadas apenas caldas naturais, além de podas, coberturas verdes e outras técnicas. “É dessa forma que não apenas a produção, mas a alimentação se torna algo prazeroso”, comenta.

Para o evento trouxe mudas de capuchinha, de hibisco, de cavalinha e de cúrcuma, que trocou por mudas de pulmonária, orégano e melissa. “Gosto dessa variedade, de cultivar e disseminar aquilo que cultivo”, reforça Ceni. Para a extensionista da Emater/RS-Ascar Sandra Rieth, o maior propósito da atividade – que teve como lema “O despertar para uma produção mais limpa” foi o de sensibilizar a comunidade bomretirense para a importância da diversificação na agricultura. “Esperamos que este seja o primeiro de muitos eventos”, afirmou.

Além de palestra e troca de sementes e variedades crioulas, o evento também contou com relato de experiências e comercialização de artesanato e produtos de agroindústrias familiares do município. Entre as autoridades, estiveram presentes o prefeito de Bom Retiro do Sul Edmilson Busatto, o supervisor da Emater/RS-Ascar, Álvaro Mallmann e o presidente da Regional Sindical Marcos Hinrichsen. O encontro contou com o apoio da Articulação em Agroecologia do Vale do Taquari (AAVT).

Emater/Ascar-RS

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