Publicado em: 18/09/2018 00:00
Saúde
Neste mês de setembro em todo o Brasil, está sendo realizada a campanha de valorização da vida e prevenção ao suicídio, dentro da ação Setembro Amarelo. Conforme a Organização Mundial da Saúde, no Brasil há um suicídio a cada 45 minutos. Os dados mundiais indicam que ocorre uma tentativa a cada três segundos e um suicídio a cada 40 segundos. No total, chega-se a 1 milhão de suicídios no mundo. Provocar o fim da própria vida está entre as principais causas das mortes entre jovens, de 15 a 29 anos, e também de crianças e adolescentes.
Em Bom Retiro do Sul, as secretarias de Saúde e Educação uniram-se para abordar este tema em toda a comunidade. Profissionais e usuáriosas dos serviços disponíveis pelo NAAB (Núcleo de Apoio a Atenção Básica), ESF São Francisco, ESF Centro e UBS Centro, Serviço de Pronto Atendimento do Hospital de Caridade Santana, Ambulâncias, Centro de Referência em Assistência Social, Secretaria de Educação, Conselho Tutelar, Oficina Terapêutica e grupos da Atenção Básica estão trabalhando este tema neste mês.
A ideia é discutir o assunto e divulgar ações preventivas. Diversas atividades que envolvem profissionais da saúde e educação e a população estão acontecendo. O suicídio é o desfecho de uma doença física ou mental e pode ser prevenido quando falado sobre o assunto. Hoje, o assunto é tratado como tabu o que contribui para que continue acontecendo.
Os fatores de risco para o suicídio são os transtornos mentais e de humor, como depressão, bipolaridade, esquizofrenia, síndrome do pânico, abuso de álcool e drogas, acúmulo de vícios e crises (familiares, de relacionamento, financeira, profissional).
Os sinais de que a pessoa pode estar pensando em suicídio são:
– Frases como “eu preferia estar morto”, “eu sou um perdedor e um peso pros outros”, “os outros vão ser mais felizes sem mim”, “queria poder viajar e nunca mais voltar”;
– Abandono de um hobby sem substituição por outro;
– Desleixo repentino com a saúde, higiene pessoal e aparência;
– Isolamento;
– Mudança abrupta de comportamento (o extrovertido se tornar introvertido e vice-versa);
– Alterações constantes de humor (euforia x tristeza).
Conforme o psicólogo da rede municipal de saúde de Bom Retiro do Sul, Leandro Inácio Walter, um trabalho de divulgação está em andamento em vários pontos da cidade discutindo sobre o tema com a população, abordando os sintomas, causas e como buscar ajuda.
“Este é um tema que precisa ser permanentemente discutido com a sociedade, pois é um problema de saúde pública e os indicadores municipais são bastante elevados, sendo necessário trabalhar conjuntamente para enfrentar este problema, que atinge a muitas pessoas e a muitas famílias. É uma campanha que precisa ser realizada constantemente junto à população, envolvendo os agentes de saúde e educação para que o assunto não seja banalizado”, relatou Leandro.
O que a família deve fazer quando um de seus membros apresenta ideação suicida:
# Ficar atento às mudanças de comportamento;
# Nunca deixar a pessoa sozinha/ desacompanhada;
# Evitar que o familiar tenha acesso a objetos que possam feri-lo (facas, medicamentos, pesticidas, armas de fogo, etc...);
# Avisar a outros membros da família;
# Fazer uma escuta amiga, sem julgamentos, mostrando preocupação, cuidado e afeição;
# Em casos de presença e ideias suicidas, os familiares devem administrar o acesso a medicamentos ou outras substâncias que se podem ser letais;
# Procurar o serviço de saúde mental mais próximo e/ou profissionais como psicólogos, médicos, psiquiatras, seja da rede pública ou privada.
No município, a ajude pode ser obtida na Unidade Básica de Saúde do Centro, na ESF do Bairro São Francisco, na Secretaria de Saúde e Ação Social / NAAB e no Hospital de Caridade Sant’Ana. Em caso de urgência e emergência, procure o hospital mais próximo.
Para abranger uma maior porcentagem da população, um Seminário Intersetorial, envolvendo profissionais da saúde e educação será realizado na tarde do dia 25 de setembro no auditório da prefeitura. Todos estão convidados a participar.